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convulsão

cem ou duzentos anos milhões sei lá nem parece que vale tanto e rachadura cristal quebrado é gozado como as coisas mudam assim de um minuto para o outro casa sujeira parece que não dá tempo para nada o tempo ali se configura de outra forma você escolhe como que as coisas vão se ajeitar rapaz eu poderia te amar para sempre se você deixasse isso muda também não é culpa sua tem sido assim comigo eu entendo essa sua mania de querer coisas novas todo ano mês eu entendo você procurar por alguma moça mais rasa rasinha ficar aqui embaixo comigo sufoca dá vontade é eu sei que você é o tipo do cara que precisa de ar puxar forte e mirar o horizonte aqui no meu apartamento tem muita parede móveis tem a cristaleira com o cristal que eu quebrei agora pouco e todos os outros que estão por um fio por um fio de ar para se partirem e tem essas construções e prédios pitorescos que fingem serem bons para morar ah já se foi o tempo deles vila isabel tem sido aprisionador e quente como o nosso último encontro eu não consigo mais ficar parada poderia correr para caralho na esteira na ladeira na bicicleta na água sim eu poderia e seria bom seria ficar mais perto entende será que você entende mesmo mesmo lembro daquele dia que você me fez suco de abacaxi com hortelã e nossa estava tão ruim é faltava muito para você ser bom bom de verdade no que você achava que era mas esse quase lá essa promessa que nunca se concretizaria nossa isso me enlouquecia eu queria mais mais assim como as suas costas perfeitas de cara que levanta peso contrastando com as suas pernas finas pedalando para o paraíso o vento batendo nas minha cara isso sim é não pensar em nada esperar é uma merda porque é uma hora vem sabe ficar nesse vão do tempo é tão ruim
aí me puxa puuuuuxa se contorce essas coisas bobas tolas todas elas vão sair ao mesmo tempo e não vai sobrar nada é não sobra nada foi sem querer foi

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Baby, I'm so alone. Vamos pra Babylon.

Eu tinha o que, uns dezesseis anos. Aí eu escutava uma música e achava que o mundo estava se mostrando para mim. Desezzeis anos e começando a entender o mundo. Tocando duas punhetas por dia, ouvindo Beatles, achando que rock brasil anos 80 era uma grande merda e que elas... as meninas... um mistério. Ela sabia que mexia comigo. Ela sabe que hoje, trintão de barba por fazer. ainda mexe. Com dezesseis ela pediu: Vamos fugir? Eu não quis. Porque tinha leite na geladeira e o meu cachorro só comia quando eu botava e nossa, tinha tanta menina e eu ainda estava com paciência para caralho! Eu podia sei lá, contar as folhas de grama do maracanã e ia sobrar energia. Aí o Botafogo foi piorando, as coisas na minha cabeça começaram a machucar de dentro pra fora. Ganhar dinheiro não tem sido suficiente. As meninas passaram a achar minha literatura boba. O cinema não encanta e envelhecer é quase emburrecer. Vamos fugir. Vou fugir. Vamos fugir. Ela poderia ainda queria. Vamos? Misturar tempos?

Final de verão tem dessas coisas

"Teve um dia que você foi meu. Eu sabia que era, você achava que era e eu tive muito medo disso. Nós dois sentados no tapete, com o sol do final de verão deitado do nosso lado e o silêncio das crianças brincando longe. Você me deu a mão, me encostou na parede e me abraçou. E disse que era meu, naquele dia pelo menos, eu sabia que era. As minhas pernas foram ficando fracas e eu sentei no chão para disfarçar. Você é meu, agora, mesmo com as outras moças por aí, com a minha falta de romantismo e com o meu band-aid descolando do calcanhar, você é meu. O que eu faço com você agora? Pensei que poderia deixá-lo dentro do meu armário, eu te tiraria de lá quando precisasse muito de uns dos seus versos fáceis que me faziam entender o mundo e seus tons de cinza. Depois imaginei que você não ia gostar de ficar preso no armário e não poder ver as coisas por aí, você estava tirando a minha calça com aquela sua delicadeza como se não quisesse amassar as roupas e eu estava pensando aonde ia enfia

Sobre saudade e vômito

Virose é que nem saudade. Você não vê. E te fode. O corpo estava todo dolorido, não dolorido deixa eu pegar uma xícara de chá e assistir The Big Bang Theory, dolorido deixa eu dar um chute no teu rabo. O telefone que eu quebrei quando algo quebrou aqui dentro (seriam as algemas de pelúcia?), não pode mais me distrair. Lembro dos olhos de jabuticaba dela e do cheirinho dela. Da voz, da língua grande que já foi presa, lembro de todos os nossos segredinhos. O estômago dá um duplo twist carpado. Lá vem. E suja a roupa, o lençol, o chão. Alguém limpa meus sapatos e eu fico profundamente agradecida por isso. Eu podia trepar contigo agora, sabia? Se eu não fosse vo... mais uma vez. Durante é muito ruim, será que cheirar é assim? Mas depois até que vem uma onda legal. Como se as coisas fossem dar certo. Inevitável não lembrar dela. Dos mil beijinhos, dos braços magros. "Você agora usa soutien, é?". A gente ficou deitada. Todo o meu amor não me completa, eu preciso de você també