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Mostrando postagens de setembro, 2011

Final de verão tem dessas coisas

"Teve um dia que você foi meu. Eu sabia que era, você achava que era e eu tive muito medo disso. Nós dois sentados no tapete, com o sol do final de verão deitado do nosso lado e o silêncio das crianças brincando longe. Você me deu a mão, me encostou na parede e me abraçou. E disse que era meu, naquele dia pelo menos, eu sabia que era. As minhas pernas foram ficando fracas e eu sentei no chão para disfarçar. Você é meu, agora, mesmo com as outras moças por aí, com a minha falta de romantismo e com o meu band-aid descolando do calcanhar, você é meu. O que eu faço com você agora? Pensei que poderia deixá-lo dentro do meu armário, eu te tiraria de lá quando precisasse muito de uns dos seus versos fáceis que me faziam entender o mundo e seus tons de cinza. Depois imaginei que você não ia gostar de ficar preso no armário e não poder ver as coisas por aí, você estava tirando a minha calça com aquela sua delicadeza como se não quisesse amassar as roupas e eu estava pensando aonde ia enfia

Qualquer coisa de sorriso e língua

Ele tinha um sorriso de quilômetros que ia de um lado a outro do rosto. Eu beijaria cada cantinho daquele sorriso branco de gente, não branco de clareamento de laser, branco amarelo cor de dente de gente, lindo, dele. Eu beijaria o bigode, a barba, olhando perto, sem fechar os olhos e torcendo para ele não fechar também. Verde escuro e eu mais perto, quase encostando apertando o nariz com força contra. Verde escuro e a gente se apertando na Bolívia, em Cuba, tipo Colômbia ou em Corumbá. A latino-américa é nossa, meu bem, estar aqui é como estar lá também. Emaranhada nessas línguas que de longe parecem uma só, eu poderia te entender mais fácil se você não tivesse preguiça de se explicar e de colocar mais a língua também, sua, nossa. Ele está sentado do outro lado da sala, nós dois esperamos. Penso no nome dele, que nome eles têm? Jose, Pablo, Alejandro, Andres... Penso que poderíamos sair por aí de motocicleta, de ônibus, correndo. Ele poderia me levar para esquiar e eu ia adorar levá-