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sobre a dor

É amarelinha. Porque amarelo é a cor da inflamação, do pus? Pode ser. Não sei. Mas a minha é amarela. São pontos amarelos invisíveis que ora estão pequenos, ora estão grandes. E doem. E reverberam a sua volta. Quase falam: "Menina, você andou sendo tão ruim ultimamente". E eu pergunto: -E o Osama Bin Laden, e o George Bush, e aqueles caras que estupram covarde-coletivamente na Índia? Por que vocês não vão atrás deles?

E eles respondem:

- Porque você é fácil demais, boba demais, sensível e sonhadora. Porque você treme só de pensar na gente. Porque a sua barriga que não dobra quando você senta é linda.

Aí eu olho para os braços, eles, que já foram a solução a curto prazo mas a longo prazo não funcionam, poderiam sangrar rapidinho. Toda menina sabe que para fazer parar de doer de um lado só doendo mais fundo do outro. Toda menina. Mulher "guenta".

É maré. Vai e vem. As ressacas me fodem por muitos dias. (E o Tiago não gosta quando fala palavrão... alguém diz para ele que escrevendo tudo pode. E que ele é remédio de tarja multicolorida.). Quando vem tremem tudo aqui dentro, quando vão sabe-se que voltam. E tomam. And drive me crazy.

Mas você não ia ser escritora?

E eu lá tenho talento? Só quero me livrar de tudo isso, ter uma cacetada de filhos e morrer deixando saudade neles.










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