havia uma força diferente de tudo até então visto. veja bem, não estamos falando de peso de academia, de conta para pagar, de festa friday night. estamos falando daquilo que a gente não sabe o nome mas sabe bem o que é, do que se sente quando a literatura acaba, a cama está dolorosamente desconfortável e ainda falta muito para amanhecer.
havia um quadro, um quadro igual, um quadro já visto. sentamos. ela perguntou como havia sido a semana e reparei que o brinco era diferente embora não parecesse novo. o cheiro era bom e me dava vontade de dormir, de escrever, tudo menos falar.
fale, viviane, arranque a sua língua da boca e põe pra fora. sem língua, sem palavras, pode ser só som.
eu não consigo esquecer um monte de coisa.
vamos começar a ser gente grande?
gente grande não esquece, gente grande é ser feliz mesmo assim.